No passado 26 de março, por ocasião das comemorações dos 25 anos da assinatura do Tratado de Assunção –que deu nascimento ao Mercado Comum do Sul–, qualificados expositores nacionais e estrangeiros participaram no Simpósio Internacional intitulado “O futuro do MERCOSUL”, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores do Paraguai.
O Palácio Benigno López, sede da chancelaria, foi o palco para os palestrantes trazerem ideias surgidas de suas respectivas experiências, visando a que o MERCOSUL retorne a seus princípios fundacionais e tenha novamente um papel relevante em nível regional e no âmbito externo.
O simpósio contou com a presença de autoridades da chancelaria paraguaia; representantes do corpo diplomático acreditado; autoridades da Secretaria do MERCOSUL, representada pelo seu diretor, doutor Oscar Pastore; referências da sociedade civil; e cursistas da Academia Diplomática e Consular “Carlos Antonio López”, dentre outros.
O ministro substituto das Relações Exteriores, embaixador Oscar Cabello Sarubbi, foi encarregado da abertura do evento e afirmou que, na atualidade, o MERCOSUL vai além de um projeto econômico.
“As instituições dos nossos países já não pensam apenas em termos de seu âmbito territorial, mas com vocação regional para enfrentar os problemas, tais como a dengue, a febre aftosa, as comunicações, dentre outros. Ainda, é inegável a contribuição do MERCOSUL para a consolidação democrática e a preservação da ordem constitucional nas nossas nações”, asseverou.
“Hoje, rememorando os 25 anos da fundação do bloco, vemos com entusiasmo e otimismo que o MERCOSUL está retomando o caminho pelo qual transitou desde o começo e que está recuperando seu lugar no concerto das nações”, manifestou o ministro substituto Cabello Sarubbi.
Em seguida, o vice-ministro das Relações Econômicas e Integração do Ministério das Relações Exteriores e coordenador nacional do Grupo Mercado Comum, embaixador Rigoberto Gauto Vielman, moderador do Simpósio, depois de breves explicações sobre o motivo da reunião deu início ao espaço dedicado aos palestrantes estrangeiros.
O especialista argentino em Relações Econômicas Internacionais, doutor Felix Peña, fez um raconto histórico das regras e objetivos em comum que foram tidos em conta para instituir o Mercado Comum do Sul e os desafios para uma integração expansiva no continente, com a aproximação à Aliança do Pacífico.
Ainda, ressaltou que as agendas do bloco devem ser mais pontuais e essenciais, menos amplas, de modo que permitam chegar a conclusões que beneficiem efetivamente tanto a micro quanto a macroeconomia.
Por sua vez, o diplomata brasileiro embaixador José Botafogo alertou que o mercado interno do bloco não é capaz de oferecer um crescimento econômico sustentável para nossos países e que para isso “precisamos vender mais ao exterior, na extrazona, para garantir um crescimento com eficiência”.
A segunda parte do Simpósio “O futuro do MERCOSUL” foi ministrada pelos expositores nacionais: o doutor Emiliano Fernández, vice-ministro da Secretaria Técnica de Planejamento; o doutor Carlos Carvallo, membro da diretoria do Banco Central do Paraguai; e o doutor em Ciências Econômicas e Sociais, Ricardo Rodríguez Silvero, que manifestaram suas críticas mas também destacaram os aspectos positivos de todo o processo de integração, desde a assinatura do Tratado de Assunção, no ano 1991.
Para o doutor Rodríguez Silvero, a assinatura do Tratado de Assunção constitui uma grande contribuição. Salientou a criação do FOCEM, que destinou um bilhão de dólares para projetos de infraestrutura, sendo o Brasil o maior contribuinte e o Paraguai, o maior beneficiado. “O FOCEM tem vigência frutífera nestes 10 anos”, manifestou.
Desde sua criação com a assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991, o Mercado Comum do Sul estabeleceu pontos de vista e objetivos para o trabalho mancomunado para o benefício econômico e social dos países membros, incluindo a livre circulação de bens e serviços mediante a eliminação de barreiras comerciais, objetivo que até hoje não foi plenamente atingido.