Por motivo da comemoração dos 30 anos do Tratado de Assunção, o pontapé inicial do MERCOSUL, os chanceleres dos quatro países fundadores, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, escreveram respectivos artigos para refletir a sua importância nestes anos e nos próximos que virão.

Editado pela Secretaria do MERCOSUL, em formado de revista digital, os chanceleres Felipe Solá, Ernesto Araújo, Euclides Acevedo e Francisco Bustillo analisam em suas 50 páginas a evolução do bloco, seus avanços e seus desafios.

No artigo “MERCOSUL, “Uma construção dinâmica para ‘ser martelo’”, o chanceler Felipe Solá, da Argentina, destaca: “A percepção do vizinho como um sócio permitiu abordar muitas situações com melhores perspectivas, não só liberando recursos, mas incrementando-os, mediante esses vínculos, para o alcance de objetivos de política doméstica. A paz, que se consolidou definitivamente em nossa região, é uma condição necessária para o desenvolvimento e a integração com nossos vizinhos. A integração também foi instrumental para a consolidação da democracia republicana, o repúdio à violência e o respeito dos direitos humanos na região”.

E, por outra parte, aponta: “Temos que ser capazes de formular opiniões próprias nos temas emergentes, reforçando nossa identidade grupal e otimizando recursos e respostas. Isso não implica ter estratégias idênticas, mas sim tentar torná-las convergentes para melhorar nosso poder de negociação”.

Por sua parte, em seu artigo “Virtude de origem”, o chanceler Ernesto Araújo, do Brasil, destaca: “Trinta anos depois, pode-se afirmar que o MERCOSUL continua a mobilizar ativamente seus integrantes. Houve significativos avanços registrados nesse período: defesa da democracia; expansão do comércio e dos investimentos; benefícios concretos para o cidadão em uma variedade de temas; contribuição para a paz e a prosperidade na América do Sul; maior projeção internacional dos seus membros”.

Também, aponta: “Hoje, porém, a continuidade do processo de abertura e integração à economia global requererá grande prioridade e exigirá mudanças adicionais e capacidade de adaptação, sob pena de o MERCOSUL perder relevância e ser visto como empecilho e não como solução”.

O chanceler do Paraguai, Euclides Acevedo em seu artigo “MERCOSUL, marco transcendental na história de nossos países”, ressalta que: Três décadas nos deixam a lição do que podemos fazer, no que deveremos insistir e, provavelmente, do que deveríamos desistir. O conhecimento gerado entre os Estados Partes neste período de vida em comum faz com que possamos ter noção de nossas potencialidades e limitações, de nossas ambições e restrições, do que devemos e do que podemos”.

E destaca, ainda: “São inegáveis as conquistas do MERCOSUL em prol de seus objetivos fundacionais nestes trinta primeiros anos, mas devem reconhecer-se as dificuldades de alcançar propósitos de grande ambição em um cenário de disparidades. Inegavelmente, houve avanços no que tange à livre circulação de bens e serviços, mediante acordos de natureza tarifária ou de aspectos regulatórios”.

Finalmente, o chanceler do Uruguai, Francisco Bustillo, em seu artigo “MERCOSUL: nossa história”, destaca: “Durante estes trinta anos de vida, o MERCOSUL tem transitado por diferentes etapas que respondem aos desafios que o cenário internacional apresenta e à vontade política dos sócios sobre a melhor maneira de enfrentá-los. Atualmente, atravessamos uma etapa onde os sócios estão destinados a encontrar denominadores comuns para avançar com dinamismo em uma agenda comercial e social que resgate os objetivos primordiais do Tratado de Assunção e lhes permita atender as necessidades, desafios que apresenta o presente e as demandas que seus cidadãos possuem”.

E ressalta: “Em um mundo com centros de poder mais diversificados, com novas dinâmicas de comércio, com menores distâncias, o MERCOSUL deve integrar-se melhor a estas correntes. Por isso que é cada vez mais importante explorar e avaliar novas modalidades para nos integrarmos e negociarmos com o mundo. O MERCOSUL transitou 30 anos como o processo mais importante e exitoso da região, em grande parte graças a sua capacidade de consenso e adaptação aos interesses de seus sócios”.

A Revista, que está desde hoje na página web do MERCOSUL, www.mercosur.int, pode ser descarregada nos dois idiomas, por meio dos seguintes links:

Português: https://www.mercosur.int/documento/mercosul-30-anos-1991-2021-edicao-comemorativa/

Espanhol: https://www.mercosur.int/documento/mercosur-30-anos-1991-2021-edicion-conmemorativa/

UCIM