Na passada quarta-feira, dia 29 de abril, encerrou o Seminário Regional de Intercâmbio de Experiências em Geração, Desenvolvimento e Acesso a Tecnologias Apropriadas, Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar, organizado pelo MERCOSUL através da Reunião Especializada de Agricultura Familiar (REAF).
Este evento contou com a participação de representantes dos governos e das organizações sociais e camponesas da agricultura familiar da Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
O secretário técnico da REAF, Lautaro Viscay, salientou que este seminário “pretende começar a dar respostas a uma questão que vem sendo colocada há muitos anos, a demandas de movimentos e organizações da agricultura familiar e dos governos que fizeram certo grau de inovação institucional e tem se preocupado por idear políticas públicas que têm a ver com a assistência técnica e a extensão rural”.
Segundo Viscay, a assistência técnica, a extensão e o desenvolvimento da tecnologia devem estar sob os holofotes na hora de falar em agricultura familiar: “nós estamos falando em produção agropecuária, de agricultores familiares com capacidade de produção de alimentos, de compartilhar os alimentos em suas comunidades e nos países da região. Nesse sentido é chave qual é a tecnologia que pode facilitar à agricultura familiar organizada, associativa, uma melhor participação nas cadeias de valor, com todas as condições que deve ter para participar no mercado e concorrer”.
Deve-se salientar que foi realizada a apresentação dos avanços do estudo regional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) com enfoque de gênero, apresentaram-se experiências do Uruguai, Chile, Bolívia e Brasil.
Claudia Brito, responsável de Gênero da FAO para a América Latina e o Caribe, enfatizou no papel que desempenham as mulheres na segurança alimentar e mencionou a Declaração de Brasília como marco de referência para a América Latina e o Caribe sobre as brechas das mulheres no campo. “A mulher produtora agrícola é uma geradora de renda, produz alimentos e é uma cuidadora da biodiversidade e do meio ambiente”, falou.
Sarah Luiza, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura do Brasil (CONTAG), referiu-se especificamente à Articulação Nacional de Agroecologia onde se organizou um grupo de trabalho de mulheres.
Luiza informou que nos próximos dias 11 e 12 de agosto acontecerá no Brasil um grande processo de mobilização das mulheres rurais, denominado Marcha de las Margaritas, com uma expectativa de participação de mais de 100 mil mulheres.